sexta-feira, 25 de maio de 2012

Oficina

Comida de santo para ver, degustar e valorizar
Com apoio do Funcultura, 3ª Mostra de Culinária de Terreiro é realizada no próximo final de semana, no Museu da Abolição

Luiz Santos/Divulgação

Ebô para Iemanjá
Poucas comidas no mundo têm tanta cor, tempero e personalidade quanto a que é servida nos cultos de candomblé. Uma riqueza desconhecida e até mesmo temida por alguns. Através do incentivo do Funcultura, o Recife terá a oportunidade de conhecer a beleza e as delícias da gastronomia afro-brasileira, com a 3ª Mostra de Culinária de Terreiro, realizada neste fim de semana, entre os dias 25 e 27 de maio, no Museu da Abolição, ligado ao Iphan na Madalena. A entrada é gratuita.

Este é o terceiro ano consecutivo que a cidade reúne babalorixás e yalorixás para mostrar a tradição dessas comidas e a sua influência na mesa dos brasileiros e, em especial, dos pernambucanos. Participam da exposição 13 terreiros de candomblé do estado, selecionados pelo Centro de Cultura Afro – Pai Adão, cujo líder é o babalorixá Manuel Papai, do Terreiro Obá Ogunté. Ele faz parte do tradicional Sítio do Pai Adão, que tem quase 150 anos de existência praticando, de forma ortodoxa, o culto nagô.

A mostra traz 29 pratos, que exprimem todo o sentido místico dos ritos, além de terem sabores e aromas especiais. As comidas são feitas em oferenda aos orixás, mas podem ser degustadas pelo público. Bastante diversificados, há receitas como Omolucum, feita com fava, camarão e ovos, e oferecido a Nanã; Ipeté, com inhame, camarão e dendê, oferecida a Oxum; e outras delícias, a exemplo da calda de goiaba de Oxum.

Destaque também para a canja de Oxalá, oferecida para uma das principais entidades do candomblé. Uma novidade desta edição é o Latapá, oferecido na barraca do Orixá Obá. Ele é preparado com milho verde, camarão, amendoim em pó, castanha em pó, gengibre ralado, azeite de dendê, cebola e cebolinho. Também será oferecido, pela primeira vez, o pato para Iemanjá.

A mostra surge para desmistificar a culinária desenvolvida nos terreiros de candomblé e firmar o zelo pela tradição e liberdade de crenças. “Não há ritual, nem festa, sem oferenda de comidas. As comidas são preparadas na cozinha do terreiro, que é parte do seu espaço sagrado. As cozinheiras são portadoras do conhecimento ancestral, passado de geração em geração às iniciadas nos mistérios da comunidade”, diz o presidente da Comissão Pernambucana de Folclore e consultor técnico do projeto, Roberto Benjamin.


Em sua terceira edição, a Mostra Culinária de Terreiro vai oferecer ainda a oficina “Aprendendo com quem sabe”, na qual os conhecedores dessa rica culinária vão ensinar o modo tradicional de fazer a “comida de santo”. As inscrições para as oficinas serão feitas no local da mostra, com vagas limitadas.

A Mostra Culinária de Terreiro é realizada pela produtora Aurora 21 e pelo Centro de Cultura Afro Pai Adão, com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).



Serviço:
3ª Mostra de Culinária de Terreiro
Aberta ao público de 25 a 27/5
Solenidade de abertura na sexta (25/5) às 19h, com a realização de um xiré (ato religioso com cânticos sagrados em línguas africanas). Segue aberta sábado e domingo, das 16h às 21h.
Local: Museu da Abolição, Rua Benfica, 1.150, Madalena – Recife/PE
Entrada franca

fonte/Site da FUNDARPE

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