sexta-feira, 25 de maio de 2012

Oficina

Comida de santo para ver, degustar e valorizar
Com apoio do Funcultura, 3ª Mostra de Culinária de Terreiro é realizada no próximo final de semana, no Museu da Abolição

Luiz Santos/Divulgação

Ebô para Iemanjá
Poucas comidas no mundo têm tanta cor, tempero e personalidade quanto a que é servida nos cultos de candomblé. Uma riqueza desconhecida e até mesmo temida por alguns. Através do incentivo do Funcultura, o Recife terá a oportunidade de conhecer a beleza e as delícias da gastronomia afro-brasileira, com a 3ª Mostra de Culinária de Terreiro, realizada neste fim de semana, entre os dias 25 e 27 de maio, no Museu da Abolição, ligado ao Iphan na Madalena. A entrada é gratuita.

Este é o terceiro ano consecutivo que a cidade reúne babalorixás e yalorixás para mostrar a tradição dessas comidas e a sua influência na mesa dos brasileiros e, em especial, dos pernambucanos. Participam da exposição 13 terreiros de candomblé do estado, selecionados pelo Centro de Cultura Afro – Pai Adão, cujo líder é o babalorixá Manuel Papai, do Terreiro Obá Ogunté. Ele faz parte do tradicional Sítio do Pai Adão, que tem quase 150 anos de existência praticando, de forma ortodoxa, o culto nagô.

A mostra traz 29 pratos, que exprimem todo o sentido místico dos ritos, além de terem sabores e aromas especiais. As comidas são feitas em oferenda aos orixás, mas podem ser degustadas pelo público. Bastante diversificados, há receitas como Omolucum, feita com fava, camarão e ovos, e oferecido a Nanã; Ipeté, com inhame, camarão e dendê, oferecida a Oxum; e outras delícias, a exemplo da calda de goiaba de Oxum.

Destaque também para a canja de Oxalá, oferecida para uma das principais entidades do candomblé. Uma novidade desta edição é o Latapá, oferecido na barraca do Orixá Obá. Ele é preparado com milho verde, camarão, amendoim em pó, castanha em pó, gengibre ralado, azeite de dendê, cebola e cebolinho. Também será oferecido, pela primeira vez, o pato para Iemanjá.

A mostra surge para desmistificar a culinária desenvolvida nos terreiros de candomblé e firmar o zelo pela tradição e liberdade de crenças. “Não há ritual, nem festa, sem oferenda de comidas. As comidas são preparadas na cozinha do terreiro, que é parte do seu espaço sagrado. As cozinheiras são portadoras do conhecimento ancestral, passado de geração em geração às iniciadas nos mistérios da comunidade”, diz o presidente da Comissão Pernambucana de Folclore e consultor técnico do projeto, Roberto Benjamin.


Em sua terceira edição, a Mostra Culinária de Terreiro vai oferecer ainda a oficina “Aprendendo com quem sabe”, na qual os conhecedores dessa rica culinária vão ensinar o modo tradicional de fazer a “comida de santo”. As inscrições para as oficinas serão feitas no local da mostra, com vagas limitadas.

A Mostra Culinária de Terreiro é realizada pela produtora Aurora 21 e pelo Centro de Cultura Afro Pai Adão, com incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).



Serviço:
3ª Mostra de Culinária de Terreiro
Aberta ao público de 25 a 27/5
Solenidade de abertura na sexta (25/5) às 19h, com a realização de um xiré (ato religioso com cânticos sagrados em línguas africanas). Segue aberta sábado e domingo, das 16h às 21h.
Local: Museu da Abolição, Rua Benfica, 1.150, Madalena – Recife/PE
Entrada franca

fonte/Site da FUNDARPE

Festival Pernambuco Nação Cultural – Sertão Central intensifica sua programação neste fim de semana



São José do Belmonte, Salgueiro e mais seis cidades da região acolhem intensa programação cultural




Priscila Buhr

22ª Cavalgada à Pedra do Reino, em Belmonte, integra programação do festival
O Festival Pernambuco Nação Cultural – Sertão Central intensifica sua programação a partir desta sexta-feira (25/5), com encontros de cultura popular, shows, além de muitas outras atividades espalhadas por oito cidades da região. Salgueiro e São José do Belmonte são os municípios polos, sendo este último o cenário da festa que reúne as tradicionais Cavalhada, no sábado (26/5), e Cavalgada à Pedra do Reino, no domingo (27/5), às quais o festival agrega.

Em Salgueiro, o Palco Garagem se instala no Centro de Cultura, Lazer e Turismo na sexta-feira (25) e no sábado (26), reforçando a cena roqueira da cidade. No local, tocam 12 bandas, entre elas Irradiação Fóssil, Cangaço, Nova Roma e Black Out. Nesta sexta (25/5), destaque para o show do projeto Marco Polo canta Ave Sangria fechando a noite. A programação do palco começa às 21h.

Já a Praça Principal da cidade será tomada no sábado (26/5), a partir das 18h, pela energia do Cortejo de Cultura Popular em homenagem ao Mestre Jaime, que levará sua tradicional Bicharada para brincar no festival. Também se apresentam a Orquestra Caliente, a Timbalata, o Grupo Maracatu Arte e Cultura, os Bonecos Gigantes Ziriguidum e os Caretas de Verdejante.

Ainda em Salgueiro, na Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas, acontece o Encontro de Povos Tradicionais, a partir das 16h, com apresentações de grupos culturais de comunidades quilombolas da região.

Belmonte
São José do Belmonte recebe shows no Palco Espaço Cultural Belo Monte, a partir desta quinta-feira (24), às 21h. As grandes atrações da noite são os cantores Santanna e Assisão, além de Mazurca da Mãe Coca, Maviel Melo e Pedro Carvalho. O Palco Nação Cultural, instalado no Estádio Carvalhão, abre sua programação nesta sexta-feira (25), com shows de nomes como Quinteto Violado, Alcymar Monteiro, Gerlane Lops e Anchieta Dali, sempre a partir das 21h.

Para o coordenador do FPNC, Leo Antunes, a expectativa da população é sempre muito boa em relação aos shows que acontecem na região. “Os shows canalizam uma energia muito positiva e agregá-los a tantas outras atividades descentralizadas só tem a acrescentar ao festival. É muito importante que o povo conheça os artistas da própria região, de outros lugares e ainda possam interagir com o FPNC através das ações que realizamos”, enfatiza o coordenador.

Um dos eventos culturais mais importantes do Sertão do Estado foi integrado ao Festival Pernambuco Nação Cultural e acontece no próximo domingo (27/5), a partir das cinco da manhã. A Cavalgada à Pedra do Reino reúne centenas de cavaleiros, que se concentram na Igreja Matriz de São José e seguem recontando um pedaço da história. No Palco Pedra do Reino, às 10h, acontecem shows de Jackson da Sanfona, Paixão Nordestina e Danilo Pernambucano.

As cidades de Mirandiba, Cedro, Parnamirim, Serrita, Terra Nova e Verdejante também participam dessa edição do Festival Pernambuco Nação Cultural, que teve início no dia 22/5 e segue até o domingo (27/5).

Confira a programação completa abaixo:

Salgueiro
- Quinta-feira, 24/5
20h – Espetáculo de teatro “Divinas”
Local: Teatro Professora Alaíde Conserva

- Sexta-feira, 25/5
20h – Espetáculo de dança “Aluga-se um coração”
Local: Teatro Professora Alaíde Conserva
21h – Palco Garagem
Local: Centro de Cultura, Lazer e Turismo
Shows:
Batuquetos
Lobo Mauz
Black Out
12 Anjos
Irradiação Fóssil
Marco Polo canta Ave Sangria

- Sábado, 26/5
8h – PE na Memória
Local: Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas

16h – Encontro de Povos Tradicionais
Local: Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas
Apresentações:
Banda de Pífanos e Trancelim (Quilombo de Conceição das Crioulas)
São Gonçalo Mãe e Filhos (Quilombo Araça/Mirandiba)
Dança do Cordão (Quilombo Tiririca/Mirandiba)
Mazurca (Quilombo Santana)
Grupo de Dança e Percussão Baobá (Quilombo Conceição das Crioulas)

17h – Trupe do patrimônio (teatro de rua)
Local: Comunidade Quilombola de Conceição das Crioulas

18h – Cortejo de Cultura Popular (homenagem ao Mestre Jaime)
Local: Praça Principal
Apresentações:
Bicharada de Mestre Jaime
Orquestra Caliente
Timbalata
Grupo Maracatu Arte e Cultura
Bonecos Gigantes do Ziriguidum
Caretas de Verdejantes

21h – Palco Garagem
Local: Centro de Cultura, Lazer e Turismo
Shows:
Nova Roma
Gory Scream
48 Graus
Sun Halley
Ressonância
Cangaço

São José do Belmonte
- Quinta-feira, 24/5
14h – PE na Memória
Local: Castelo Armorial

17h – Trupe do Patrimônio
Local: Castelo Armorial

19h – Mostra Cinema na Estrada
Local: Castelo Armorial
Filmes: “Vou estraçaiá” (direção: Tiago Leitão); “Cinema americano” (direção: Taciano Valério); “Dia estrelado” (direção: Nara Normande); “Menina do algodão” (direção: Kléber Mendonça); “Poesia em alto relevo” (direção: Márcia Mansur e Hanna Godoy)

21h – Palco Espaço Cultural Belo Monte
Shows:
Mazurca de Mãe Coca
Maviael Melo
Assisão
Santanna
Pedro Carvalho

- Sexta-feira, 25/5
19h – Encontro de bandas filarmônicas
Local: Praça Sá Moraes
Apresentações:
Banda Musical José de Carvalho Campos
Banda Filarmônica Belmontense

19h – III Encontro de Poesia Oral
Local: Castelo Armorial

20h – Mesa de Glosas
Local: Castelo Armorial

21h – Palco Nação Cultural
Local: Estádio Carvalhão
Shows:
Samba de Coco Raízes de Arcoverde
Anchieta Dali
Quinteto Violado
Gerlane Lops

21h30 – Recital Poético Musical
Local: Castelo Armorial

- Sábado, 26/5
10h – Espetáculo de Circo “Los mascates excêntricos”
Local: Praça Sá Moraes

15h30 – Cavalhada Zeca Miron
Local: Estádio O Carvalhão

21h – Palco Nação Cultural (Homenagem a Luiz Gonzaga)
Shows:
Coco de Umbigada
Quarteto Olinda
Alcymar Monteiro
Waldonys

- Domingo, 27/5
5h – Concentração da Cavalgada à Pedra do Reino
Local: Igraja Matriz de São José
Alvorada com banda de pífanos e Coral de Aboio de Serrita

10h – Palco Pedra do Reino
Local: Pedra do Reino
Shows:
Jackson da Sanfona e banda
Paixão Nordestina
Danilo Pernambucano

Cedro
- Quinta-feira, 24/5
18h – II Encontro de Benzedeiras, Rezadeiras e Parteiras
Local: Centro pastoral, ao lado da prefeitura
Encerramento com o São Gonçalo de Verdejante

- Sexta-feira, 25/5
10h – Palco Cedro
Local: Esquina das ruas Francisco Figueiras e Tiradentes
Shows:
Novinho do Cedro
Bel Timóteo
Edgar do Acordeon
Kinha Leite & Cia
Donizete Batista
Danilo Pernambucano

Mirandiba
- Sexta-feira, 25/5
8h – PE na Memória
Local: Em frente à Igreja (Rua João Barbosa)

10h – Trupe do patrimônio
Local: Escola André Nunes (Vila Cohab)

19h – Mostra Cinema na Estrada, com debate sobre cineclubismo
Local: Ponto de Cultura Vivendo Cultura (Zumbi dos Palmares)
Filmes:”Vou estraçaiá” (direção: Tiago Leitão); “Cinema americano” (direção: Taciano Valério); “Dia estrelado” (direção: Nara Normande); “Menina do algodão” (direção: Kléber Mendonça); “Poesia em alto relevo” (direção: Márcia Mansur e Hanna Godoy)Danilo Pernambucano

Parnamirim
- Quarta-feira, 23/5
19h – Mostra Cinema na Estrada, com debate sobre cineclubismo
Local: Ponto de Cultura Cidadania e Inclusão Digital
Filmes:”Vou estraçaiá” (direção: Tiago Leitão); “Cinema americano” (direção: Taciano Valério); “Dia estrelado” (direção: Nara Normande); “Menina do algodão” (direção: Kléber Mendonça); “Poesia em alto relevo” (direção: Márcia Mansur e Hanna Godoy)Danilo Pernambucano

- Sexta-feira, 25/5 e Sábado, 26/5
10h – II Encontro de Sanfoneiros, Pifeiros e Aboiadores
Local: Praça de Eventos Zé Sampaio

Serrita
- Sexta-feira 25/5
19h – II Encontro de Aboiadores
Local: Praça Principal

Terra Nova
- Sábado 26/5
19h – Encontro de bandas filarmônicas
Local: Praça Coronel Jeremias Parente de Sá
Banda Filarmônica Maestro Pereira e Banda Filarmônica Moacir Callou
Banda Governador Miguel Arraes e Banda Marcial da Escola Francisco Pires


Verdejante
- Sexta-feira, 25/5
14h30 – PE na Memória
Local: Praça da Igreja Matriz do Perpétuo Socorro

17h – Trupe do patrimônio
Local: Praça da Igreja Matriz do Perpétuo Socorro

- Sábado, 26/5
18h – Encontro de Mazurcas e São Gonçalo
Local: Praça da Igreja Matriz do Perpétuo Socorro

19h – Mostra Cinema na Estrada, com debate sobre cineclubismo
Local: Espaço Cultural Cícero Lopes de Sá
Filmes:”Vou estraçaiá” (direção: Tiago Leitão); “Cinema americano” (direção: Taciano Valério); “Dia estrelado” (direção: Nara Normande); “Menina do algodão” (direção: Kléber Mendonça); “Poesia em alto relevo” (direção: Márcia Mansur e Hanna Godoy)Danilo Pernambucano
Local: Praça da Igreja Matriz do Perpétuo Socorro

FONTE/Site da FUNDARPE

sexta-feira, 20 de abril de 2012

9ª Sambada no Parque

Encontro de reisados alegra Caraíbas


Mestre Horácio comanda o Reisado das Caraíbas (Foto: Roberta Guimarães)

O distrito de Caraíbas, em Arcoverde, parece pertencer a outro tempo. Com cerca de 1.200 habitantes, todo mundo se conhece e quase todo mundo é parente ou compadre. As poucas ruas confluem para a igreja matriz e em frente a ela, uma praça reúne as crianças agitadas com seus pais e avós.

Nesse lugarzinho – e o diminutivo é pelo tamanho e pelo carinho, só –, Horácio Gomes da Silva, Paulo Pereira Cruz e outros da velha guarda da cidade mantêm bem viva uma tradição rara que herdaram. Nascidos ali, desde muito cedo fazem parte do reisado. Tão cedo que não sabem nem precisar quando. Não por acaso Caraíbas foi escolhida para sediar, esta sexta-feira, o Encontro de Reisados do Festival Pernambuco Nação Cultural do Sertão do Moxotó e receber um dos poucos outros reisados existentes: o do Mestre Gonzaga, de Garanhuns.

O encontro começou espontaneamente bem antes das apresentações. Na casa de Severina da Silva, ou “Sivinha”, como todo mundo chama, aos poucos foram chegando Seu Paulo, Horácio, Dona Cacilda, Dona Laura. Sentaram no terraço e contaram histórias de antigamente. De quando o Mateu, figura presente em muitas expressões populares pernambucanas, saía pelas ruas com seu chicote, avisando a todo mundo que ia ter reisado. E aí o povo fechava as portas esperando que os mestres fossem na frente de suas casas pedir, cantando, para que abrissem seus lares.

Com todo mundo reunido, as peças – como são chamadas as músicas – iam vindo na lembrança e sendo puxadas por Paulo Cruz. As mulheres de vozes agudas acompanhavam num coro, que casava perfeitamente, demonstrando a sintonia dos mais de 50 anos de convívio. Enquanto cantavam a religião, a agricultura e a Segunda Guerra mundial, veio vindo Cícero Lourenço com passinho miúdo. “Demorou três peças para chegar”, brincou Mestre Horácio. Aos 88 anos, Seu Cícero é o mais velho do grupo e já está se despedindo da brincadeira. Com sua bengala na mão, Ciço ainda tenta puxar uma peça…

Quando chegou Mestre Gonzaga, de Garanhuns, foi uma alegria só. “Eu tenho cantado uma peça de vocês”, avisa, já puxando “Entrei na casa de uma donzela e peguei para ela seis buquês de rosa. Três brancas, três amarelas, seis rosas belas tão danadas de cheirosa”. Quando Mestre Horácio retribuiu, dizendo que também cantava uma deles, Gonzaga mostrou o braço arrepiado.

Já se sentia o friozinho da noite quando saiu à rua o reisado vindo de Garanhuns. Com figurino todo em azul e vermelho, rei, rainha e embaixadoras desceram da escola chamando as pessoas para virem às janelas, como se fazia antes. Encontraram na frente da igreja iluminada um centena de moradores animados e durante uma hora fizeram bonito, ao som da viola de Senival Teixeira. Violeiro desde os 9 anos, Senival já tocou em seis reisados diferentes desde os 9 anos, e é considerado a alma do reisado de sua cidade.

Uma das nove embaixadoras, Dona Carminha, animadíssima, cativou a plateia que gritava, em coro, seu nome. Aos 78 anos, distribuiu abraços quando terminou apresentação. Mestre Gonzaga era só sorriso. “Fomos muito bem recebidos. Estou muito emocionado”, contou mais uma vez mostrando o braço arrepiado.

Tão logo os garanhuenses cantaram sua música de despedida, os anfitriões já começaram a cantar “Boa noite senhor e senhora, eu cheguei agora, me preste atenção. Caraíba nós somos reisado, saindo pra fora somos campeão”. Com zabumba, triângulo, viola, pandeiro e sanfona, e uma dança bem ensaiada, se apresentaram para a sua cidade. Ao lado, as crianças pequenas davam uma demonstração de que lá o reisado continuará pelas próximas gerações. Naquele momento tudo o que contaram na roda estava personificado e vivo.

*Esta narrativa foi escrita durante o Festival Pernambuco Nação Cultural 2012 – Sertão do Moxotó, realizado de 9 a 15 de abril pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult/PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

FONTE:Chico Ludermir (texto) | Roberta Guimarães (fotos)*
http://fpnc.org/noticias/moxoto-reisados-animam-caraibas/

Seminário do Livro, Leitura e Literatura discute cadeia produtiva do setor em Pernambuco

O evento é a segunda ação do programa "Cultura: bom para pensar", idealizado pela Secretaria de Cultura




Nos dias 23 e 24 de abril acontece, no Teatro Arraial, o I Seminário do Livro, Leitura e Literatura. Discutindo temas relativos à cadeia produtiva do livro, aos espaços disponíveis na mídia para a literatura, financiamento e sustentabilidade, além de um debate sobre o conceito de bibliotecas, o evento propõe tocar em temas relevantes para o setor.

Serão três mesas em dois dias, e “o formato será de debate, com conversa entre os participantes e o público, buscando-se esse formato mais leve. São encontros com seriedade, mas imprimindo sempre um tom leve para aproximar o público da literatura”, explica Wellington de Melo, Coordenador de Literatura da Secult/PE.


A abertura será na segunda (23) às 14h, com a mesa “Literatura, mídia e (in)visibilidade”, que contará com a presença de Rogério Pereira, editor do Jornal Rascunho (PR), um dos principais jornais literários em atividade no país, Eduardo César Maria, editor do programa de rádio Café Colombo e Schneider Carpeggiani, jornalista e editor do Suplemento Pernambuco. A mediação ficará por conta de Cristiano Ramos, professor de jornalismo e editor do blog NotaPE.


A terça-feira concentrará duas mesas: “Redes de leitura e sustentabilidade” e “Ressignificação do espaço das bibliotecas”, respectivamente às 9h e às 14h. A primeira mesa será mediada por Gabriel Santana, coordenador da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede, e discutirá a sustentabilidade econômica da literatura e as ações voltadas à mediação e à formação de leituras, políticas públicas e inciativa privada. Para tanto haverá representantes do Ministério da Cultura, Funcultura e de um instituto social da iniciativa privada.


A última mesa promete esquentar um pouco o seminário com o tema do conceito e da ressignificação dos espaços das bibliotecas. “Espaços de silêncio ou de movimentação cultural?”: a indagação de Wellington de Melo dá uma pista das discussões que poderão surgir no fechamento do evento. Participarão da mesa Ester Calland de Sousa Rosa (Prof. adjunta do Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco), Ana María Escurra (Coordenadora da ONG Bagulhadores do Mió e do Projeto Escola Leitora) e Shirley Cristina Lacerda Malta (Gerente de Políticas Educacionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental -Secretaria de Educação de Pernambuco). Cida Fernandez, do Centro de Cultura Luiz Freire, mediará o debate.


Cultura: bom para pensar


O Seminário integra o programa “Cultura: bom para pensar”, idealizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco com o objetivo de promover fóruns democráticos, relativos a diferentes campos e linguagens. Este é o segundo da série, tendo sido precedido pelo I Seminário de Memória & Patrimônio Cultural – Sujeitos, Práticas e Políticas Públicas, realizado no final do mês de março. A ideia é que os temas continuem a ser discutidos no evento Clisertão – 1º Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão, que acontecerá em Petrolina, de 14 a 19 de maio.

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas previamente pelo e-mail literatura.secultpe@gmail.com
Mais informações: 3184-3166 (Coordenadoria de Literatura)



PROGRAMAÇÃO

Segunda-feira, 23/04
Mesa 1: Literatura, mídia e (in)visibilidade
14h às 17h

Nesta mesa, jornalistas e críticos literários discutem os espaços disponíveis hoje na mídia para o livro e a literatura, problematizando a pertinência de uma qualificação ou ampliação dos espaços impressos, digitais, radiofônicos ou televisivos que se dediquem ao universo das letras e fortaleçam o livro enquanto objeto simbólico. Destaca-se nessa mesa também a discussão sobre espaços de legitimação da obra literária na mídia e os desafios dos autores em dar visibilidade para sua obra.

Participantes:
Rogério Pereira (Editor do Jornal Rascunho / PR)
Eduardo Cesar Maia (Editor do Café Colombo / PE)
Schneider Carpeggiani (Editor do Suplemento Pernambuco/ PE) –

Mediação: Cristiano Ramos (Professor de jornalismo e editor do blog NotaPE)

Terça-feira, 24/04
Mesa 2: Redes de leitura e sustentabilidade
9h às 12h

Nesta mesa o foco da discussão são os meios de se criar redes de leitura dotadas de autonomia, numa perspectiva de sustentabilidade econômica. Serão apresentadas linhas de financiamento para ações voltadas à mediação de leitura e à formação de leitores no âmbito governamental e da iniciativa privada, bem como serão discutidas questões referentes à auto-gestão de bibliotecas comunitárias, trabalho colaborativo e propostas de políticas públicas para fortalecer o setor.

Participantes:
Roberto Azoubel (Assessor Técnico do Setor do Livro, Leitura e Literatura, Representação Regional do Ministério da Cultura)
Representante de Instituto Social da Iniciativa Privada
Emanuel Soares (Diretor do FUNCULTURA, Secretaria de Cultura)

Mediação: Gabriel Santana (Coordenador da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede)

Mesa 3: Ressignificação do espaço das bibliotecas
14h às 17h

Discutir o papel que têm hoje as bibliotecas na sociedade brasileira e sua inter-relação com a cadeia criativa e o espaço escolar é o objetivo principal desta mesa. O debate apresentará diversos pontos de vista sobre o trabalho de mediação de leitura nas bibliotecas, desde propostas de intervenção nesses espaços, estudos realizados no âmbito acadêmico até relatos de experiências concretas com bibliotecas públicas.

Participantes:
Ester Calland de Sousa Rosa (Prof. Adjunta do Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco)
Ana María Escurra (Coordenadora da ONG Bagulhadores do Mió e do Projeto Escola Leitora)
Shirley Cristina Lacerda Malta (Gerente de Políticas Educacionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental,, Secretaria de Educação de Pernambuco)

Mediação: Cida Fernandez (Centro de Cultura Luiz Freire)

Fonte/Site da Fundarpe